quinta-feira, 30 de junho de 2011

"Escolas públicas de São Paulo recusam adolescentes que cumprem medida socioeducativa fora da Fundação CASA..."

Escolas de SP recusam alunos em liberdade assistida

Escolas públicas de São Paulo recusam adolescentes em liberdade assistida, ou seja, que cometeram infração e cumprem medida socioeducativa fora da Fundação Casa. O Ministério Público e organizações não governamentais (ONGs) que trabalham com a assistência a esses jovens têm recebido denúncias de familiares que não conseguem efetuar a matrícula. Há relatos de alguns que perderam o ano letivo. Pela lei, todas as crianças e adolescentes têm direito à educação.

Um dos casos investigados pela promotoria ocorreu na Escola Estadual Martins Pena, na zona sul da capital paulista. Apesar de terem efetuado a rematrícula no fim do ano passado, 21 alunos foram transferidos compulsoriamente para uma escola municipal. Só souberam da notícia no primeiro dia letivo, ao serem impedidos de assistir à aula. "Foi uma expulsão branca", diz César Barros, orientador social da Crê Ser, ONG que acompanha dois dos jovens transferidos. O retorno à escola de origem só foi possível graças à mobilização das famílias e à intervenção da Defensoria Pública.

Como frequentar uma escola é obrigatório para quem está em liberdade assistida, ficar fora dela atrapalha a finalização do processo. "Pedi à Secretaria Municipal de Assistência Social a relação das ONGs que trabalham na reinserção desses jovens. Quero saber em quais escolas elas enfrentam resistência", diz João Paulo Faustinoni e Silva, promotor do Grupo de Atuação Especial de Defesa da Educação (Geduc).

Além do problema estrutural da rede, que opera com carência de vagas, os técnicos citam como motivos da exclusão de razões conhecidas - como a suposição de que esses alunos são indisciplinados e de que os pais não querem que os filhos estudem com um menor infrator - a gargalos mais tênues, como a distorção entre série e idade.

Na cidade de São Paulo há 4.447 adolescentes em liberdade assistida. 
Com idade de entre 12 e 18 anos, esses adolescentes cometeram algum ato infracional. Parte deles passou um período internado na Fundação Casa e outro tanto foi sentenciado a cumprir apenas essa medida socioeducativa. Durante a liberdade assistida, o jovem vive com a família e recebe acompanhamento de um orientador social. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5896160/escolas-de-sp-recusam-alunos-em-liberdade-assistida.aspx

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pela Revogação Popular de Mandatos!

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL–AP) e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conseguiram mais de 27 assinaturas na Casa para o desarquivamento da Proposta de Emenda à Constituição – PEC 73/2005, que permite a revogação popular de mandatos. O pedido de desarquivamento foi feito por meio de um requerimento, protocolado por Randolfe Rodrigues na secretaria geral da mesa. O requerimento será encaminhado para leitura e votação no plenário. 

Para o senador amapaense a proposta é “um grande passo na concepção de uma Reforma Política com participação popular”. A PEC, de autoria do senador Eduardo Suplicy, estava arquivada há cinco anos. Randolfe lembra ainda que se trata de um tema fundamental na implementação de uma Reforma Política efetiva. 

De acordo com o texto da PEC, seria possível a revogação do mandato do Presidente da República ou dos Congressistas, após um ano da data da posse, caso os eleitores reprovassem sua atuação parlamentar nesse período. A mudança alteraria os dispositivos dos artigos 14 e 49 da Constituição Federal. A escolha de novos parlamentares se daria por meio de referendos populares, convocando nova eleição em um prazo de até três meses.

“Nada mais justo do que permitir ao eleitor aprovar ou não, a atuação dos parlamentares que ele mesmo escolheu para lhe representar”, defende Randolfe.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

AO MEU POVO - Por Shakur Assata em 1973


Por Shakur Assata em 1973

AO MEU POVO

Irmãos negros, irmãs negras, eu quero que você saiba que eu te amo e espero que em algum lugar em seu coração que você tenha amor por mim.

Meu nome é Assata Shakur ( meu nome escravo Joanne Chesimard), e eu sou uma revolucionária. Uma revolucionária negra. Com isto quero dizer que eu tenha declarado guerra a todas as forças aos que têm violado as nossas mulheres, nossos homens e que mantém os nossos bebês de barriga vazia.

Tenho declarado guerra aos ricos, que prosperam com a nossa pobreza, os políticos que mentem para nós com rostos sorridentes, e todos os estúpidos. Eu sou uma revolucionária negra e como tal, eu sou uma vítima de toda a ira, ódio, injúria e difamação que Amerika¹ é capaz. Como todos os outros revolucionários negros, Amerika estão tentando nos linchar.

Eu sou uma mulher negra revolucionária, e por isso eu tenho sido acusada e acusada de qualquer suposto crime em que uma mulher se acreditava ter participado. Os alegados crimes em que somente homens supostamente estejam envolvidos, eu tenho sido acusado de planejar. Eles estampam fotografias supostamente nas estações de correios, aeroportos, hotéis, carros de polícia, metrôs, bancos, televisão e jornais. Eles têm oferecido mais de cinquenta mil dólares em prêmios para a minha captura, e deram ordens para atirar para matar.
Eu sou uma revolucionária negra e por definição faço parte do Exército de Libertação Negra. Os porcos têm usado seus jornais e televisões para pintar o Exército de Libertação Negra como uma organização criminosa. Eles nós compararam a personagens como John Dillinger e Ma Barker. Deve ficar claro, deve ser claro para qualquer um que pode pensar ver ou ouvir, que são as vítimas. As vítimas e não criminosos.

Também deve ser claro para nós agora por que os verdadeiros criminosos são. Nixon e seus parceiros cometem o crime de assassinado de centenas de irmãos do Terceiro Mundo e irmãs no Vietnã, Camboja, Moçambique, Angola e África do Sul. Como foi provado por Watergate, os oficiais da lei de execução de nível superior neste país são um bando de criminosos mentindo. O presidente, dois generais de advogado, o chefe do FBI, o chefe da CIA, e metade do pessoal da Casa Branca têm sido implicados nos crimes de Watergate.

Eles nos chamam de assassinos, mas não matei mais de duzentos e cinqüenta homens desarmados Preto, mulheres e crianças, ou ferir milhares de pessoas nos distúrbios que provocaram, durante os anos sessenta. Os governantes deste país sempre consideram a sua propriedade mais importante do que as nossas vidas. Eles nos chamam de assassinos, mas não foram responsáveis ​​pelos 28 detentos irmão e nove reféns assassinados na Ática. Eles nos chamam de assassinos, mas não matamos e trinta estudantes desarmados Negro em Jackson State ou em outro Estado do sul, também.
Eles nos chamam de assassinos, mas não fomos nos que assassinamos Martin Luther King, Jr., Emmett Till, Medgar Evers, Malcolm X, George Jackson, Nat Turner, James Chaney, e inúmeros outros. Não fomos nós que assassinamos, por tiro nas costas, dezesseis anos de idade, Rita Lourenço, onze anos de idade Rickie Bodden, ou dez anos, Clifford Glover. Eles nos chamam de assassinos, mas não podemos controlar ou aplicar um sistema de racismo e opressão que sistematicamente assassinas pessoas negras e do Terceiro Mundo. Embora os negros supostamente compõem cerca de quinze por cento da população total da amerikkkan, pelo menos, sessenta por cento das vítimas de assassinato são negras. Por cada porco que é morto na chamada linha direita, há pelo menos cinquenta pessoas negras assassinadas pela polícia.

Há expectativa negra de vida é muito menor do que o do branco e eles fazem o seu melhor para nos matar antes de estarmos para nascer. Nós somos queimados vivos em armadilha de fogo.Nossos irmãos e irmãs são viciados diariamente em heroína e metadona. Nossos bebês morrem de envenenamento por chumbo. Milhões de negros morreram como resultado da falta de assistência médica. Isso é assassinato. Mas eles têm a audácia de nos chamar de assassinos.
Eles nós chamam de seqüestradores, mas o irmão Clark Squires (que é acusado, junto comigo, de assassinar um policial estadual de Nova Jersey) foi seqüestrado em 07 de abril de 1969, a partir de nossa comunidade negra. Ele foi absolvido em 13 de maio de 1971, juntamente com todos os outros, de 156 acusações de conspiração por um júri que durou menos de duas horas para deliberar. O irmão Squires era inocente. No entanto, ele foi seqüestrado em sua comunidade e família. Mais de dois anos de sua vida foram roubados, mas eles nos chamam de seqüestradores. Nós não seqüestramos milhares de irmãos e irmãs cativos em campos de concentração da Amerika. Noventa por cento da população prisional neste país são de negros e do Terceiro Mundo que não podem pagar fiança, nem advogados.
Eles nos chamam de ladrões e bandidos. Eles dizem que nós roubamos. Mas não fomos nós que roubamos milhões de pessoas negras do continente africano. Nós fomos roubados da nossa língua, dos nossos deuses, de nossa cultura, da nossa dignidade humana, do nosso trabalho, e das nossas vidas. Eles nos chamam de ladrões, no entanto, não somos nós que sonegamos bilhões de dólares a cada ano através de evasões fiscais, fixação ilegal de preços, peculato, fraude contra o consumidor, subornos, propinas e falcatruas. Eles nos chamam de bandidos, mas toda vez que a maioria das pessoas pretas pegam em seus salários, são roubadas. Cada vez que entramos em uma loja no nosso bairro estamos presos. E cada vez que pagamos nosso aluguel ao proprietário é como se colocasse uma arma em nossas costelas.
Eles nos chamam de ladrões, mas não roubamos e matamos milhões de indianos arrancando-lhe a sua pátria, em seguida, para ser chamados de pioneiros. Eles nos chamam de bandidos, mas não somos nós que estamos roubando a África, Ásia e América Latina, de seus recursos naturais e da liberdade, enquanto as pessoas que vivem lá estão doentes e morrendo de fome. Os governantes deste país e os seus lacaios cometeram algumas dos mais brutais crimes cruéis da história. Eles são os bandidos. Eles são os assassinos. E eles devem ser tratados como tal. Esses maníacos não são capazes de me julgar, Clark, ou qualquer outra pessoa negra nos tribunais da Amerika. Os negros deveriam e, inevitavelmente, deve determinar o seu próprio destino.
Toda revolução na história, foi realizada por ações é por todas as palavras necessárias. Temos de criar escudos que nos protejam e as lanças para penetramos nossos inimigos. Os pretos precisam aprender a lutar por lutar. Devemos aprender com nossos erros.
Cada vez que um negro lutador da liberdade é assassinado ou capturado, os porcos tentam criar a impressão de que eles têm anulado o movimento, destruindo nossas forças e acabando com a Revolução Negra. Os suínos também tentam dar a impressão de que cinco ou dez guerrilheiros são responsáveis por toda ação revolucionária na Amerika. Isso é um absurdo. Isso é um absurdo os revolucionários negros não caem da lua. Somos criados por nossas condições. Moldadas pela nossa opressão. Estamos a ser fabricado em massa nas ruas do gueto, lugares como a Ática, de San Quentin, montes de Bedford, Leavenworth. Lá são despejados milhares de nós. Muitos veteranos desempregados negros e mães estão unindo nossas fileiras.
Irmãos e irmãs de todas as esferas da vida, que está cansado de sofrer passivamente, compõem a America negra.Há e sempre será, até que cada homem negro, mulher e criança seja livre. A principal função do Exército de Libertação Negra, neste momento é criar bons exemplos, a luta pela liberdade dos negros e se preparar para o futuro. Temos de nos defender e não deixar ninguém desrespeitar conosco. Devemos obter a nossa libertação, por qualquer meio necessário.

É nosso dever lutar por nossa liberdade.
É nosso dever de ganhar.
Devemos amar uns aos outros e apoiar uns aos outros.
Não temos nada a perder senão as nossas cadeias.
Nota
Assata Olugbala Shakur nasceu em 16 de junho de 1947. Iniciou seu envolvimento com a luta política enquanto jovem em 1967. Aderiu ao Partido Pantera Negra, e passa a se tornar uma destacada militante da organização, no entanto discorda de algumas diretrizes do partido. Reclamando sobre a postura machista existente no interior do partido. Por essas questões decidi romper com o partido e continuar seu ativismo em 1971 aderiu á República Nova Afrika uma organização que reivindicava a criação de um Estado- nação composta apenas pela população negra. Em 1979 sua consciência revolucionária de aprofunda ainda mais, e entra para as fileiras do Exército de Libertação Negra uma pequena organização que defendia a luta armada sendo constituída por Panteras Negras dissidentes que romperam com a direção do partido por considera - lá inclinada ao reformismo social em detrimento a luta revolucionária radical. O Exército de Libertação Negra efetuou algumas ações guerrilheiras escolhendo como alvo principal forças policiais juntamente com expropriações de bancos para arrecadação de recursos para a continuidade da luta. Sobre isso e desenvolvida uma violentíssima repressão sobre seus integrantes que passam a ser caçados como terroristas. Em 1973 em conjunto da companhia de alguns camaradas envolve-se na troca de tiros no qual uma policial de nome Foerster Werner e morto, Assata também e ferida a bala. Presa foi levada a julgamento sobre as acusações de assalto a bancos, seqüestro, homicídio. Seu julgamento ocorre sobre “cartas marcadas” no qual mesmo antes do veredicto final já se sabia que a mesma seria condenada. Isso acaba por ocorrer. Mesmo sobre a condição de cárcere, planeja e executa com a ajuda de aliados um plano de fuga. Sem possibilidade de permanecer nos EUA parte para o exílio em Cuba a onde é acolhida com fraternidade e recebe toda proteção necessária. Atualmente Assata Olugbala Shakur permanece em solo Cubano, apesar das insistentes pressões do governo dos EUA para que Cuba a extradite.
*1 A escrita de America com ''K'' ou com essa mesma letra repetida três vezes e uma expressão usada em referência a Ku Klux Klan. Combatentes antiracista a usam para definir que a estrutura de poder dominante no EUA será inexoravelmente racista mesmo que aja a concessão de "direito" sobre a jurisprudência legal e cívica. 

P.Kassan 12/06/2011 - Consiencia Revolucionaria

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Familia MH2O de Luto - Asssassinato de + um Militante Hip Hop - Loko Rude, Irmão!

terça-feira, 7 de junho de 2011


Familia MH2O de Luto



A Violência levou o Rapper, Cinegrafista amador, Produtor Cultural e militante Loko Rude. O Militante do MH2O foi assassinado na madrugada do dia 07-06 enquanto trabalhava de motoboy na periferia de Fortaleza. Loko Rude foi um dos fundadores da Da Gueto Produções e representava a Nova Escola de raperes do MH2O.

Jovem Criativo e militante fiel do Movimento, loko Rude deixa a Posse NCH2 (Serrinha) para atuar na nossa Posse no Céu.

Vá em paz guerreiro. Continuaremos a sua luta.

Leve um sincero salve e os agradecimentos de toda a Família MH2O.

É com muito pesar que recebemos esta Terrivel Noticia aqui em São Paulo, e mandamos todos os nossos pesares aos amigos e Familiares do nosso irmão Evandro o Loko Rude...

MH2O-SP- Familia.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais de dois mil profissionais da rede estadual de RJ decidiram parar por tempo indeterminado


SEPE-RJ


• Em assembléia nesta terça (dia 7/6), que reuniu mais de dois mil profissionais no Clube Municipal, os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A falta de disposição do governo estadual em negociar e atender as reivindicações dos professores e funcionários das escolas estaduais foi o principal motivo para a decisão da categoria entrar em greve. Outro fator que revoltou a categoria foi o tratamento repressivo dispensado pelo governo estadual contra a mobilização dos bombeiros que participaram das manifestações no Centro do Rio na sexta-feira, que resultou na invasão do Quartel General da corporação por tropas de elite e na prisão de mais de 400 manifestantes, além de ferimentos em familiares que participavam do ato.

Na quinta-feira (dia 9 de junho), os profissionais de educação, irão se unir aos bombeiros do Rio de Janeiro e fazer um ato nas escadarias da Alerj, a partir das 16h, para pressionar os deputados estaduais a intercederem junto ao governo do estado, com objetivo de reabrir as negociações em torno das reivindicações das duas categorias.

Na sexta-feira, a partir das 13h, o Sepe, bombeiros e outras categorias do funcionalismo estadual farão uma passeata da Candelária até a Alerj.


No domingo, novamente os profissionais de educação, bombeiros e servidores do estado farão uma passeata na Avenida Atlântica, com concentração a partir das 10h, na esquina da Avenida Princesa Isabel com Avenida Atlântica.

A próxima assembléia da rede estadual será realizada na terça-feira (dia 14 de junho) no Clube Municipal na Tijuca, a partir das 14h. Neste encontro, a categoria irá decidir os rumos da greve.

A categoria reivindica do governador Sérgio Cabral o seguinte:

1) Reajuste emergencial de 26%;
2) Incorporação imediata da totalidade da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015);
3) Descongelamento do Plano de Carreira dos Funcionários Administrativos da educação estadual, entre outras reivindicações.


Professores e bombeiros juntos contra Cabral

Veja o calendário da greve na rede estadual:

Dias 8 e 9 de junho: reuniões nas escolas com a comunidade escolar para que a categoria explique os motivos da greve;

Dia 9 de junho (quinta-feira): profissionais da capital e Grande Rio farão um ato conjunto com os bombeiros na Alerj, a partir das 16h.

Dia 10 de junho (sexta-feira): Passeata da Candelária até a Alerj dos profissionais de educação, em conjunto com segmentos do funcionalismo estadual e bombeiros. Concentração a partir das 13h, na Candelária.

Dia 11 de junho (sábado): panfletagens descentralizadas de núcleos e regionais na parte da manhã, explicando os motivos da greve para a população;

Dia 12 de junho (domingo): às 10h, esquina da Avenida Princesa Isabel com Atlântica: concentração para uma passeta conjunta com bombeiros e demais segmentos do funcionalismo até o Posto 6.

Dia 13 de junho (segunda-feira): Assembléias locais em núcleos e regionais;

Dia 14 de junho (terça-feira): Assembléia geral da rede estadual, às 14h, no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 – tijuca) para decidir os rumos da greve.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Em cinco anos, PM de São Paulo mata mais que todas as polícias dos EUA juntas

Corporação paulista matou 6% mais que polícias americanas entre 2005 e 2009

Luciana Sarmento, do R7

Relatório da Ouvidoria da Polícia de São Paulo aponta que mais de uma pessoa foi morta por dia em São Paulo por um policial militar entre 2005 a 2009
Daia Oliver/R7

Com uma população quase oito vezes menor que a dos Estados Unidos, o Estado de São Paulo registrou 6,3% mais mortes cometidas por policiais militares do que todo os EUA em cinco anos, levando em conta todas as forças policiais daquele país. Dados divulgados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), e analisados pela Ouvidoria da Polícia, revelam que 2.045 pessoas foram mortas no Estado de São Paulo pela Polícia Militar em confronto - casos que foram registrados como resistência seguida de morte - entre 2005 e 2009.

Já o último relatório divulgado pelo FBI (polícia federal americana) aponta que todas as forças policiais dos EUA mataram em confronto 1.915 pessoas em todo o país no mesmo período. As mortes são classificadas como justifiable homicide (homicídio justificável) e definidas pelo "assassinato de um criminoso por um policial no cumprimento do dever".

Para Guaracy Mingardi, ex-subsecretário nacional de Segurança Pública e pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a diferença no total de mortes do Estado e dos Estados Unidos se deve à própria cultura geral da sociedade brasileira, que tende a apoiar os assassinatos cometidos por policiais e prega que “bandido bom é bandido morto”.

- Nós temos uma diferença. O júri americano tem uma tendência a inocentar [o acusado] porque ele desconfia do Estado. Aqui, apesar de o nosso Estado ser pior, o júri tende a condenar [o acusado] porque ele considera que, se a polícia pegou, é porque ele tem culpa no cartório.
Mingardi ressalta, porém, que a letalidade em São Paulo diminuiu, embora ainda esteja "fora do aceitável”. Segundo ele, o número de mortos pela Polícia Militar caiu especialmente depois do massacre de Carandiru, ação policial dentro do presídio na zona norte da capital paulista que terminou com 111 presos mortos em 1992. De acordo com o especialista, só naquele ano, foram registradas cerca de 1.400 mortes no Estado.

- Ninguém está advogando que aqui tem que ser como na Inglaterra, por exemplo, que a polícia mata duas, três pessoas por ano. Estamos falando em chegar num nível mais civilizado.


“Lógica de guerra”

Especialista em polícia do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo afirma que existe uma diferença na própria história da Polícia Militar brasileira, que foi consolidada no período da ditadura e criada com o objetivo de defender o Estado de seus inimigos. Essa “lógica de guerra”, segundo Carolina, se mantém até os dias de hoje.


- Até hoje, a Polícia Militar é força auxiliar do Exército. Ou seja, se tiver uma guerra, a PM pode ser acionada. Ao mesmo tempo, ela tem que estar na rua e 99% do que ela faz não é atender crime, mas lidar com conflitos cotidianos, coisas banais.


Carolina ressalta, no entanto, que a polícia vem mudando ao longo dos últimos anos graças ao discurso de direitos humanos. O processo, no entanto, é lento.


- Ainda falta muito, ainda é uma polícia formada para combater o crime numa lógica mais dura. A gente precisa entender que a polícia está se reinventando. Aos poucos, consegue trabalhar em parceria com a sociedade civil.


Mortes x prisões

Para o professor de direito da FGV (Fundação Getulio Vargas) Theodomiro Dias Neto, houve um avanço, mas ainda tímido, no combate à letalidade policial nos últimos anos. Ele compara os números atuais com os da década de 90, quando havia uma média de quatro mortos por policiais por dia no Estado de São Paulo, e afirma que os últimos dez anos ficaram “entre avanços e retrocessos”.

- O número de pessoas mortas certamente não tem nada a ver com eficiência da polícia. Uma polícia eficiente é aquela que faz um trabalho correto na prevenção do crime, com o menor número de mortos e feridos possível. Quanto menor a proporção entre detenções realizadas e mortos, melhor.


O relatório Força Letal - Violência Policial e Segurança Pública no Rio de Janeiro e em São Paulo -, lançado em dezembro de 2009 pela ONG internacional Human Rights Watch, aponta que a polícia do Estado de São Paulo prendeu 348 pessoas para cada morte em 2008. Já a polícia norte-americana prendeu mais de 37.000 pessoas para cada morte em suposto confronto no mesmo ano. O índice de prisões por mortes cometidas pela polícia é 108 vezes menor em São Paulo do que nos Estados Unidos.
Segundo Neto, a eficácia da polícia americana comparada à paulista se dá, entre outros motivos, porque ela é “mais bem controlada”.

- É uma polícia que mata menos e prende mais.
Outro lado
A reportagem do R7 entrou em contato com as assessoria da Polícia Militar, mas até a publicação desta notícia, a corporação não havia se pronunciado sobre os dados apresentados nesta notícia.

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domingo, 5 de junho de 2011

Vitória: Um novo movimento estudantil, uma velha polícia repressora

Domingo, 05 Junho 2011 05:32
05062011_protesto_terceira_ponte_louzadaSéculo Diário - [Renata Oliveira] Em 26 de junho de 1968, a cidade do Rio de Janeiro assistiu a um movimento histórico. Tendo à frente uma enorme faixa, com os dizeres: "Abaixo a Ditadura. O Povo no poder", a chamada marcha dos 100 mil chamou a atenção para a força dos estudantes, que ganharam o apoio de artistas, intelectuais e de outros setores da sociedade brasileira.

Quarenta e três anos depois, guardadas as devidas proporções, vemos o movimento estudantil do Espírito Santo tomar as ruas. Os tempos mudaram, as dinâmicas mudaram, mas o espírito de luta é o mesmo. Com frases de efeito, cartazes e, agora, os celulares para registrar o movimento, os estudantes foram para as ruas reivindicar transporte público de melhor qualidade e redução da tarifa.
As manifestações que tomaram conta das principais ruas da Capital, nessa quinta-feira (2) e noite de sexta-feira (3), têm uma diferença fundamental em relação aos movimentos da época da ditadura: a mobilização virtual. Depois da atuação truculenta da Polícia Militar contra os estudantes, uma verdadeira enxurrada de comentários tomou as redes sociais. Os vídeos com as prisões e agressões de policiais se tornaram virais e a hashtag (um termo centralizador para registrar todas mensagens que utilizam aquele símbolo) "protesto em Vitória" entrou nos trendingtopics Brasil, ou seja, o termo mais utilizado no Twitter no Brasil.
E não parou por aí. As redes sociais serviram para a troca de informações sobre os participantes da manifestação presos na quinta, 2, e também serviu para chamar a população para o protesto da noite do dia seguinte. O resultado da ação foi exitoso. Registrou-se o dobro de participantes na manifestação da sexta-feira, 3.
Se na quinta o motivo do protesto era a busca de melhorias na qualidade do transporte público e passe livre para todos os estudantes, na sexta-feira um elemento a mais foi incorporado: a violência da polícia repressora do governo Renato Casagrande.
Mas as redes sociais não agiram apenas durante o protesto em Vitória. Desde o final do ano passado, quando o valor da passagem foi aumentado , durante as férias escolares, as mobilizações pelas ferramentas da internet garantiram a concentração de estudantes em 15 manifestações, a maioria na praça do pedágio da Terceira Ponte.
O protesto em Vitória ganhou página no Twitter, no Facebook, um blog e um tumblr, o “fica vai ter bomba”, uma referência às bombas de gás lacrimogêneo – em alusão a outro termo viral da internet, o “fica vai ter bolo”. Por essas ferramentas as ações são discutidas e os protestos marcados, tudo repassado para todos os integrantes do movimento, o que garante uma comunicação mais rápida e mais eficiente.
Exemplo do poder de mobilização desse novo modelo de articulação popular é o episódio ocorrido no Oriente Médio, onde o ditador da Tunísia foi derrubado em menos de um mês após 23 anos no poder. Neste caso, Twitter e o Facebook permitiram que os manifestantes se organizassem para tomar as ruas.
No Espírito Santo, porém, o governo do Estado parece saber muito bem como lidar com esse novo modelo de mobilização: utilizando a velha prática do aparelho repressor. Mostra um combate ineficaz, já que a ação da quinta-feira gerou uma mobilização ainda maior nas redes sociais, o que só fez aumentar o número de participantes do protesto na sexta-feira. Temos de um lado a postura dos estudantes, com os olhos no poder de mobilização da tecnologia, e o governo do outro mantendo um sistema de enfrentamento das questões sociais.
O relato do jornalista Henrique Alves sobre sua prisão também extrapolou o limite do jornal Século Diário e foi replicado na rede.
À indignação ante a ação violenta da polícia no município de Aracruz, no mês passado, e a atuação do BME na região de Gurigica se somaram a esse episódio de quinta-feira. À multidão também se somaram os insatisfeitos com as movimentações nacionais também ligadas às questões sociais, como a homofobia e o código florestal. E tem mais
Outro evento que vem correndo as redes e deve atrair uma multidão em Vitória, sobretudo por conta dos acontecimentos dos últimos dias, é a "Marcha pela Liberdade”, no próximo dia 18 de junho. Na página da marcha, no facebook, o convite chama atenção para a necessidade de mudança de postura do Estado em relação ao direito de livre expressão:
“Um movimento pacífico e criativo em Vitória, na esperança de um Estado mais justo e que veja as reivindicações como um ato democrático e constitucional. Estado este que vem reprimindo violentamente moradores indefesos em Barra do Riacho, causando a morte de uma pessoa e desapropriando mais de 300 famílias, e estudantes em busca de seus direitos sendo massacrados pelo Batalhão de Choque da PM como ocorreu ontem ao longo do dia”
Foto: Gustavo Louzada - Cerca de 4.000 estudantes tomam a praça de pedágio da Terceira Ponte na última sexta (3) em Vitória.

fonte-diario da liberdade

sábado, 4 de junho de 2011

Líderes seringueiros são assassinados

27 de maio de 2011
Líderes seringueiros são assassinados


O líder seringueiro José Cláudio Ribeiro da Silva, 52, e sua esposa Maria do Espírito Santo da Silva, 51, foram assassinados a tiros na manhã de terça-feira, 24, em uma estrada vicinal a caminho de uma comunidade agroextrativista no sudeste do Pará.

O casal denunciava ações de desmatamento ilegal e informava nomes de madeireiros que retiravam madeira ilegalmente e faziam pressão sobre assentados, segundo o Ministério Público Federal.

A principal suspeita é de que o crime tenha sido encomendado por madeireiros. A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal participe das investigações.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra o casal foi atacado por dois pistoleiros quando atravessavam uma ponte de moto.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Contrariando pareceres técnicos, Ibama concede licença para Belo Monte


 A licença é polêmica, pois nos últimos meses foram divulgados pareceres técnicos do Ibama e da Fundação Nacional do Índio (Funai) não recomendando a emissão.

Por Amazonia.org.br
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu hoje (1) a licença de instalação para a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).  A usina terá potência instalada de 11.200 megawatts (MW) e custo estimado em R$ 27 bilhões, sob responsabilidade do consórcio Norte Energia.


O documento é assinado pelo presidente do Ibama, Curt Trennepohl.  A licença é polêmica, pois nos últimos meses foram divulgados pareceres técnicos do Ibama e da Fundação Nacional do Índio (Funai) não recomendando a emissão.
Belo Monte enfrenta forte resistência de movimentos sociais e ambientalistas, que questionam os impactos da usina e o não cumprimento das condicionantes impostas pelo Ibama na licença prévia.  Em maio, o Ministério Público Federal divulgou nota dizendo que a emissão da licença sem o cumprimento das condicionantes seria irregular.
A usina também enfrenta resistência dos povos indígenas.  O reservatório de Belo Monte não deve alagar terras indígenas, porém secará um grande trecho do rio Xingu em território dos índios.
Em nota divulgada à imprensa, a Norte Energia argumenta que considerou "todos os aspectos socioambientais relacionados à construção da UHE Belo Monte e manteve interlocução permanente com as comunidades diretamente envolvidas com o empreendimento, destacando ainda a interlocução com as comunidades indígenas que vivem próximas as obras, sempre em conjunto com a Funai".
Condicionantes
A licença emitida hoje cancela a licença de instalação parcial, mas mantém a autorização para supressão de vegetação (desmatamento).  O Ibama também apresenta novas condicionantes, mas não fica claro no documento se as condicionantes anteriores foram cumpridas ou desconsideradas.
As condicionantes estipulam prazos para que a Norte Energia apresente estudos sobre a qualidade da água, monitoramento dos sedimentos, e faça uma simulação para calcular a possibilidade de contaminação da água do rio Xingu por metais pesados.
Além disso, cria um calendário para as obras de saneamento, que vai de 24 de maio de 2011 (ações imediatas em Altamira) até junho de 2014 (drenagem urbana em Altamira), e também obriga a empresa a criar um cadastro socioeconômico das pessoas impactadas pela obra e garantir que todos os atingidos sejam cadastrados.
O pagamento de indenizações será feito de acordo com esse cadastro.
Veja a
Licença de Instalação de Belo Monte.
Amazonia.org.br /EcoAgência